sábado, 18 de novembro de 2017

TV GLOBO: ver/ouvir/ler

José Paulo

Anatomia da cultura de massa

Há 5 anos resolvi estudar a sociedade do espetáculo de Gui Debord, entre nós. O fenômeno mais desenvolvido de tal sociedade era a TV Globo. DE 5 anos para cá, aprendi algumas coisas sobre a cultura de massa em geral e no Brasil.

Primeiro aprendi que a televisão globo se comporta como um fenômeno quântico. Ao ser observada, como uma partícula quântica, ela altera a posição dela no universo da cultura de massa e, também, altera seu comportamento tele eletrônico. Trata-se de uma instituição econômica da cultura altamente volátil, volúvel e plástica e que tende ao voleio.

Quando passei a publicar na internet minhas interpretações, análises e explicações sobre a vida tele eletrônica da TV em tela me tornei persona non grata dos jornalistas da Globo News, pois, meus estudos iluminavam a verdadeira prática do jornalismo, o modo real de agir dessa atividade na cultura de massa.

A TV Globo é o modelo de cultura de massa no Brasil. As outras emissoras de televisão não conseguem, ainda, imitá-la perfeitamente, pois, os segredos da gramática dela estão guardados a 7 chaves. As outras emissoras não sabem que sabem como agir como um partido político da cultura de massa.

A TV Globo é um partido político do campo da cultura. Há uma ligação visceral entre o partido político TV Globo e a política de Brasília, e política local. Recentemente, a TV Bandeirante faz experiências para quebrar o monopólio político na cultura de massa da TV Globo. A atuação do jornalista Ricardo Boechat tem coroado com um certo êxito o esforço da TV Bandeirante. A TV Cultura se encontra no abc da transformação de um canal de televisão em partido político cultural.
Todo partido político efetivo tem um GRAMÁTICO. O gramático faz a leitura da política como tal. FHC é o gramático oracular (quase aposentado) do PSDB.

Outra coisa é se o gramático se constitui em um grupo de (análise) de conjuntura, ou seja, em um GRUPO DE CONJUNTURA. O PMDB tem um grupo de conjuntura (Sarney, Romero Juca, Moreira Franco, Eliseu Padilha e Michel Temer) que é uma força prática intelectual com uma vontade de potência magnífica de organizar a prática política nacional (e local). Meu psicanalista menospreza o grupo de conjuntura como força prática intelectual de articulação da hegemonia/dominação na política brasileira. Infelizmente, ele conhece pouco as ciências gramaticais da política.

O Grupo de conjuntura é o organismo que secreta o pensamento político e as ideias práticas de um partido político, seja no campo da política como tal, seja no campo da política da cultura em geral e da cultura de massa, em especial. É relativamente fácil descobrir as pessoas que compõe o grupo de conjuntura de um partido político tout court, pois, para o bem ou para mal, trata-se de uma instituição do sistema representativo.

Nenhum observador sabe quem são as pessoas que compõem o grupo de conjuntura da TV Globo. Não se tratando de uma instituição representativa, ela vive do segredo que oculta sua vida prática. A TV Globo é um partido político da cultura antidemocrático. A Universidade pública é um partido político da cultura democrático. A diferença está na transparência dos efeitos que uma produz (universidade) e na falta de publicização do outro (televisão). Os clássicos da ciência política (tão subestimados atualmente) ensinaram que a democracia faz pendant com um espaço público procedural; com a produção de saber público e publicizável; com o saber cujo procedimento é o diálogo e a luta aberta no campo da cultura e da ciência. A Cultura de massa da televisão é o avesso do saber democrático; ela secreta um saber autocrático ipsis litteris!

A cultura de massa da TV Globo se constitui como um saber maquiavélico estratégico: simular, dissimular, manipular, mentir. Um exemplo? No programa Globo News em Pauta de Sérgio Aguiar, a veteraníssima jornalista da imprensa de São Paulo Eliane Catanhede se declara parda. Na certidão de nascimento dela está escrito branca. A cor da pele da jornalista é alva, de um ariano colonial da classe dominante. Ela tenta descaradamente manipular a percepção sensível do espectador que exerce a atividade do ver as imagens na tela eletrônica. É um claro exemplo de agir estratégico no partido político TV Globo. Como o leitor pode ler, não há um órgão que atue disciplinando a fala do jornalista; o jornalista da TV pode delirar (conscientemente) e nada acontece com ela; a TV Globo optou por um modelo anarco-subcapitalista de burocracia e, portanto, por um espontaneismo devastador (para a verdade da realidade dos fatos) na fala do jornalista.

Todavia, o jornalista tem que seguir as táticas pensadas pelo grupo de conjuntura para a intervenção na política como tal. Entramos em no período eleitoral 2018. A TV Globo quer fazer ou se aliar com o presidente eleito; assim, ela sai da toca de tatu e se revela para as ciências gramaticais da política.

A primeira estratégia eleitoral do grupo de conjuntura global deu com os burros n’água. Trata-se da candidatura do banqueiro Henrique Meirelles. Com a morte do padrinho real de William Wacck (professor da USP e um influente intelectual no jornalismo paulista), o grupo de conjuntura se aproveitou de uma expressão irônica usada por W. W. em privado (isto é coisa de preto), e gravada por dois integrantes do movimento “negro” da Globo em 2016, para derrubar o nosso W. W. de sua posição hegemônica no jornalismo do país. A tática visava linchar W.W. como racista (com a ajuda dos grupos multiculturalistas de esquerda das redes sociais). Por quê? Espontaneísmo como quer a Veja?  

De fato, trata-se de uma mudança na aliança com o candidato a presidente da República. O grupo de conjuntura (executivos para a revista Veja) resolveu pôr Lo Prete (jornalista da esquerda da cultura de massa) no lugar de W.W., identificado como uma pessoa com veleidades em direção à direita ilustrada paulista. No final, W.W. era apenas a pedra poética no caminho do grupo de conjuntura. Infelizmente, a principal revista do País, a Veja, publicou uma matéria ingênua sobre o episódio levando água para o moinho do grupo de conjuntura. A Veja desconhece o funcionamento real da cultura de massa carioca e nacional.

A TV Globo é um partido político cultural do domínio dos fenômenos autocráticos nacionais. Ele habita o campo da política do invisível como o Estado negro (AntiEstado) - KRIMINOSTAT-Rio. Como expressão da cultura gramatical da cidade carioca, o partido TV Globo não escapa de ser a expressão cultural de massa do Estado negro-Rio. Seu agir de se apresentar contra uma parte do Kriminostat [família Picciani] (e se aliar com o poder judicial que ataca o domínio absoluto do estado do Rio por tal família) é um agir estratégico (manipulação, mentira, simulação, dissimulação) para conquistar maquiavelicamente as massas gramaticais nacionais. A TV Globo pensa a política da cultura de massa cariocamente em um sentido nacional. A aliança do poder judicial federal (com sede no Rio) com a TV Globo não é um mau presságio?

Sobre o funcionamento real do objeto em tela, há papeis jornalísticos sociológicos gramaticais no lugar de jornalistas de carne e osso como nas outras emissoras. Exemplos? O Jornal das 18:00 tem como papel ser a consciência MMA da nação. Jornalismo de combate como consciência moral imaculada da cultura de massa nacional.

A TV Globo está sendo acusada pelo judiciário dos EUA de estar envolvida em corrupção. Poupo ao leitor dos detalhes do processo. A corrupção do Grupo Globo põe em cheque a estratégia de manipulação da nação, pois, desfaz a ideia de que a TV é uma instituição proba. Assim cai por terra toda a ideologia gramatical do grupo de conjuntura de apresentar a TV como consciência moral respeitável e digna de confiança para as massas grau zero sgrammaticatura. É possível que tal fato esteja relacionado à eleição de 2018? É bem provável.

A TV Globo é uma instituição gramatical subcapitalista com uma longa história de prática política cultural autoritária. Com o patriarca Roberto Marinho, serviu eficientemente ao Estado militar fascista 1968. Depois se aliou ao governo autocrático de Sarney e aos governos de FHC. Com Lula, ela deu uma guinada à esquerda fazendo parte do bloco de poder gramatical Dilma Rousseff.

As jovens jornalistas habitam o braço militar GloboNews fazendo um jornalismo com vontade de potência de ser o partido político da articulação da hegemonia/com dominação do pais em conluio com a classe política, que se tornou uma organização criminosa gramatical sociológica.

Ao subcapitalismo gramatical corresponde um Estado que é o Estado negro sgrammaticatura, AntiEstado, kriminostat. O Rio é a capital gramatical territorial de tal Estado fazendo pendant com Brasília. A TV Globo é a instituição que detém o monopólio da política partidária cultural na cidade carioca.

Também há muita ingenuidade e jornalistas ingênuos na cultura partidária de massa. Esta é causa das ciências gramaticais da política ser a força prática intelectual inimiga do partido político TV Globo. Revelar os segredos de uma instituição com tal poder político (e simbólico), transforma o sujeito ciências políticas gramaticais em uma pedra poética no caminho do todo poderoso Grupo Globo e família Marinho. Tais ciências exercem um poder gramatical de desarticulação do agir do jornalista como estratégico.

A análise do funcionamento real da TV Globo precisa ser realizada no calor dos acontecimentos. A conjuntura eleitoral 2019 abre as comportas para a observação do agir estratégico do objeto em tela.    

          
   
      
  
          

  

Um comentário:

  1. Excelentes observações.
    Há uma frase em particular que chamou minha atenção, por fazer lembrar a trajetória histórica da Igreja - principalmente a Católica: "Trata-se de uma instituição econômica da cultura altamente volátil, volúvel e plástica e que tende ao voleio."
    Um grande abraço, José Paulo!

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