domingo, 26 de novembro de 2017

BANCO MUNDIAL- RACIONALISMO E IRRACIONALISMO

José Paulo

Luta gramatical de classes no Brasil





Avec le capital porteur d’intérêt, le rapport capitaliste atteint sa forme la plus extérieure, la plus fétichisée. Nous avons ici A – A’, de l’argent produisant de l’argent, une valeur se mettant em valeur elle-même, sans aucun procès qui serve de médiation aux des extrêmes. Pour le capital marchand, nous avons au moins la forme général du mouvement capitaliste: A M- A’, bien qu’il reste confiné à l’interieur de la sphère de circulation et que le profit apparaisse donc comme le simples résultat d’une aliénation. (Marx. Le capital. Livre troisième. Éditions Sociales: 362).   
A forma fetiche do capital financeiro inscreve na narrativa de Marx a economia como um domínio do mitológico, pois, se trata de uma forma cujo agir se realiza guiado pela irracionalidade econômica. Com o neoliberalismo do globalismo tal forma irracional do capital ergue a ditadura mundial da oligarquia financeira e se valeu da instrumentalização do domínio de um saber irracional no campo da luta das narrativas! 

                                                                         I
O relatório do Banco Mundial sobre o nosso Estado nacional é um artefato ideológico de estabelecimento de uma “razão econômica” da luta de classes. Trata-se da grande política como luta de classes no domínio da narrativa da política brasileira. Trata-se de uma impostura, de uma mentira, de uma manipulação barata dos economistas do Banco Mundial.  

O Banco Mundial é uma instituição da ditadura mundial do capital fictício. Mas ele se apresenta com a fachada de ser uma instituição neutra multilateral no campo das relações internacionais. Tal ideologia política significa a vitória da ditadura mundial da oligarquia financeira no campo da narrativa internacional da luta de classe do capital financeiro. Em nenhum momento da história, o capital financeiro gozou da dominação absoluta (e articulação da hegemonia das nações) sobre povos, países e continentes como no período que começa com o neoliberalismo niilista do globalismo da década de 1990.

A narrativa do capital fictício diz que a luta de classes acabou. Como ela pode ter acabado se o capital financeiro é uma classe social gramatical da sociedade de classes gramatical mundial? O que aconteceu no plano narrativo?

Houve a passagem da sociedade sociológica de classes para a sociedade gramatical de classes. Tal fato alterou o ver, o ouvir e o ler dos fenômenos ligados à sociedade de classes. Houve uma substituição da percepção sociológica dos fenômenos por uma percepção gramatical na esfera da narrativa mundial e nacional.

Agora o poder não é mais político como tal; ele é um poder gramatical. A razão política cedeu seu lugar para a razão gramatical. Trata-se de uma subversão radical para as relações das classes sociais, agora, não mais classes que podem ser definidas por seu lugar sociológico-econômico no domínio das relações sociais de produção. As classes sociais de hoje se articulam a partir de seus lugares gramaticais nas relações sociais narrativas (eloquência e retórica) na economia, na política e na cultura de massa.

Trata-se da revolução mundial gramatical do capital fictício. Na década de 1990, tal revolução explorou (no domínio da narrativa da alta cultura) os efeitos irracionais do pós-modernismo. As armas ideológicas do pós-modernismo são: tudo é simulacro de simulação no campo da objetividade social e política; não existe verdade; só há interpretações de mundo arbitrárias; a ligação das significações com os significantes (no campo da cultura, da política e da economia) são arbitrárias; entramos no domínio absoluto do subjetivismo. O poder representativo é uma ficção; a representação política é ficção; não há razão epistêmica, só doxa descambando para a teoria irracional de ideias e estruturas de pensamento; a luta de classes deixou de existir e foi substituída pelas lutas do multiculturalismo em um sentido global. 

Com efeito, a conjuntura neoliberal do globalismo com pós-modernismo trás para as massas de trabalhadores o desespero e a incredulidade no marxismo como saber da objetividade e da verdade. A ideologia do pós-modernismo faz pendant como poder gramatical da ditadura mundial da oligarquia financeira no domínio da narrativa mundial. Ambos produzem efeitos narrativos de dissolução do marxismo leninista, e do marxismo em gral, na cultura ocidental. Trata-se da luta de classes no território trans-subjetivo da tela gramatical da narrativa internacional.

A dissolução da vontade de potência do marxismo na cultura ocidental (universidade, alta cultura, cultura de massa, ciências humanas) significou a derrota das massas desde as massas operárias até as massas simbólicas formada por intelectuais, cientistas, publicites, jornalistas, professores, etc.

Tal acontecimento fez com que a tomada do poder brasileiro pelo PT e Lula se transformasse em um fenômeno mundial. O Brasil enfrentava a derrota da classe operária, de fato, e no domínio narrativo houve a resposta do real das massas de trabalhadores ao domínio e à articulação da hegemonia internacional do capital fictício, com a era do bolivariano.  A escandalosa derrota do projeto hegemonia petista na América Latina e a derrota do socialismo do bolivariano chavismo na Venezuela trouxe mais desilusão para as massas sobre o socialismo. O fim terrível do socialismo bolivariano abriu as comportas paro o domínio aberto, a seco e brutal do capital fictício sobra as massas de trabalhadores em todo o mundo ocidental.

O capital fictício apresentou o socialismo do bolivariano como uma ficção, como um efeito da era narrativa ideológica do pós-modernismo. O socialismo em tela era apenas um efeito da narrativa do simulacro de simulação, de uma razão política de fachada, pois, imersa no irracionalismo narrativo factual.

A derrota das massas tem um outro episódio no Brasil. Em 2013, surgiu um movimento de massas de rua carioca, paulista e em outras capitais que se apresentava como efeito de uma razão gramatical. As massas 2013 significam a revolução democrático-burguesa na linha gramatical de força da revolução democrático-burguesa que dissolveu o Estado absolutista, fascista, militar 1968.

As massas gramaticais forma derrotadas, no domínio manifesto, pela repressão da aliança da cultura de massas com os grandes partidos de Brasília (PMDB, PSDB, [um PT relutante e cego, de costas para as massas sujeito grau zero autocrático] e outros partidos satélites) e os governos estaduais. As massas 2013 significavam a primeiro acontecimento da razão gramatical no campo da grande política, como eu a defini acima. No domínio latente, as forças brasileiras que derrotaram as massas eram um efeito gramatical da ditadura mundial da oligarquia financeira ou ditadura mundial do capital fictício (ditadura mundial CF).

O domínio da ditadura mundial CF produziu efeitos na política brasileira transformando-a em um valhacouto de organizações criminosas gramaticais. A ditadura mundial CF tem como Estado o Criminostat. Ela é o centro propulsor das ilegalidades dominantes, vontade de potência de uma política mundial dominada por máfias econômicas dominantes e organizações criminosas gramaticais (regidas, também, pela irracionalidade sgrammaticatura) de inúmeras espécies. 

O domínio da nossa política por organizações criminosas gramaticais é um efeito da luta de classes gramatical mundial entre o capital fictício e as massas de trabalhadores manufatureira e/ou simbólica. 
A política brasileira e sua democracia atual são efeitos da derrota das massas operárias, a longo prazo, e das massas gramaticais 2013. A face autoritária da nossa política e narrativa gramatical faz as massas simbólicas caírem em um desespero intelectual e o povo ser invadido pela incredulidade na racionalidade política. A derrota do bolivariano e das massas 2013 criaram uma atmosfera de irracionalismo na tela gramatical da política de massas. O desencanto das massas com a política de rua e com as eleições são efeitos da narração em tela.
                                                                               II

O relatório do Banco Mundial tem como objetivo fazer da política brasileira um laboratório continental de associação da política do capital fictício com uma expropriadora razão econômica. A ofensiva do Banco Mundial cria mitos como os 20% mais ricos, incluindo aí a classe média simbólica pública que é a última defesa da questão nacional e, por consequência, do Estado nacional de massas 1988. Entre nós, a sociedade do rico não incluiu a classe média.

Destruir a essência pública da classe média estatal segue a mesma linha gramatical de força da destruição do povo brasileiro. A CIA e a Fundação Ford são parte de uma estratégia de introduzir, entre nós, a narrativa da guerra civil racial (negro versus branco) fazendo pendant com a guerra civil sexual (mulher versus homem). Rios de dinheiro americano são investidos para provar que as guerras civis americanas supracitadas são a essência da política do mundo-da-vida, entre nós.

A estratégia do Estado americano consiste em uma geopolítica histórica de domínio absoluto nas Américas: as Américas para os americanos. É verdade que o multiculturalismo foi uma estratégia que o PT usou para estabelecer um amplo arco de aliança com forças que iam dos movimentos negro e mulher até deputadas e senadoras e mais o jornalismo da cultura de massa, especialmente, TV Globo.

Entretanto o lugar de fala do negro e da mulher, como estratégia para dissolver no ar a ideia e o sentimento de povo brasileiro é um artefato ideológico da CIA. A CIA é a escola de espiões, por excelência, como braço da inteligência dos serviços secretos da ditadura mundial da oligarquia financeira. A CIA (OKHRANA) é a face legal, institucional americana, da dominação do Criminostat sobre a política ocidental.

No Brasil, a OKHRANA encontra-se entrelaçada com a universidade (USP, INSPER e outras instituições universitárias) e, principalmente, com as maiores corporações econômicas da cultura de massa: TV Globo e TV Bandeirante. Na política, ela ajuda a construção da narrativa dos grandes partidos como o PMDB e o PSDB e do pequeno DEM carioca da família César Maia, atual candidato a governador do estado do Rio.

A Okhrana é luta de classes no campo da narrativa brasileira. A luta de classe da ditadura mundial CF tem um candidato para a eleição de 2010. Trata-se do ministro da economia do governo Temer. Henrique Meirelles se apresenta como a razão econômica da ditadura mundial CF. A narrativa de H.M diz que é preciso destruir o Estado nacional de massas (um equívoco dos constituintes 1988) para que a economia brasileira volte ao caminho do desenvolvimento industrial. Tal mitologia se apresenta como racional, mas é somente uma narrativa irracional: um mito milagreiro! 

A razão gramatical das massas diz que só a revolução gramatical democrático-burguesa pode instaurar, entre nós, uma nova economia onde um sistema industrial gramatical terá seu lugar seguro.

O irracionalismo da ditadura mundial CF encontra-se sob um manto racional mitológico de uma ideologia política que quer transformar Henrique Meirelles em um “gênio” ungido por uma divindade: a racionalidade mitológica do capital fictício.

A irracionalidade da classe política da ditadura mundial irracional CF já fez uma Reforma Trabalhista que se tornou o signo aberto e descarado da derrota dos trabalhadores da manufatura para o capital fictício. E faz contínuas privatizações deslumbradas selvagens. A Reforma da Previdência significa a derrota dos trabalhadores simbólicos públicos para a ditadura mundial irracional CF. Como efeito de tal política encontra-se no comando dela no Congresso o pequeno homem Rodrigo carioca Rodrigo Maia, que se ignora como personificação da ditadura mundial irracional da oligarquia financeira na nossa política local. 

As ciências gramaticais da política é o gramático da revolução democrático burguesa de massas da luta de classe no terreno da narrativa brasileira.    
  

                            

sábado, 25 de novembro de 2017

DA MÁQUINA DE GUERRA NARRATIVA

José Paulo





A grande política é luta de narrativa na cultura, na política e no mundo-da-vida. Para iniciar a leitura da grande política identifiquei quatro máquinas narrativas: O PMDB (máquina de guerra narrativa); o STF (máquina judicial narrativa); as ciências gramaticais da política (máquina científica narrativa); a TV Globo (máquina policial-corporativa narrativa).

O PMDB não é um partido político, e sim um partido-máquina de guerra freudiano. Sua transformação de partido político como tal em máquina de guerra ocorreu na era Sarney. Porém, só no governo Michel Temer, ele se transformou em uma máquina de guerra narrativa. Trata-se da máquina narrativa dominante na vida brasileira. E aí moro o perigo das eleições democráticas 2018 tomarem um rumo autocrático, pois, o PMDB é a mais poderosa máquina de guerra narrativa sem precedente e sem um candidato à presidência do regime democrático 1988.

No momento, o PMDB desenha a gramática da política do Rio para a eleição à governador no Rio. O PMDB fez do Rio a capital gramatical da política nacional.

Toda máquina de guerra narrativa tem um gramático (pessoa ou grupo de análise gramatical de conjuntura). Já falei em outro lugar do grupo de conjuntura do PMDB, não vou nomear aqui as pessoas que dele participam, pois, o noticiário diz que tem um secretário-executivo o qual desconheço, que seria o gramático-mor do grupo de conjuntura. Assim, não vou nomear de modo incompleto o grupo de conjuntura do PMDB.    

O STF tem sua unidade política definida pelos 11 juízes que constituem o grupo de conjuntura. Formalmente, o gramático é o presidente da Corte política-judicial. O STF foi o mais poderoso gramático (11 juízes) da política nacional, pois, seu poder gramatical-judicial de afetar a vida da classe política era imenso. Todavia, o gramatico grupo de conjuntura se dividiu sobre deter tal poder imenso e devolveu para a classe política sua liberdade. O PMDB é o principal beneficiado deste gesto magnânimo do STF. Por sua capacidade de afetar a vida nacional narrativamente, o STF continua sendo um gramático (grupo de conjuntura gramatical) em luta na articulação da hegemonia narrativa brasileira da política.

As ciências gramaticais da política é um gramático narrativo da internet. Seu poder gramatical deriva de sua vontade de potência de interpretação e explicação da política nacional fazendo pendant com política internacional ou mundial. O gramático científico narrativo conhece as narrativas do PMDB e do STF; é, sobretudo, especialista na narrativa da cultura política de massa condensada na TV Globo, sua antagonista em influência, por excelência.

A relação do gramático científico com o gramático da cultura de massa atingiu um ponto de implosão. A descoberta de que a cultura de massa é a política (propaganda) da guerra civil racial (negro contra branco) e guerra civil sexual (mulher contra homem), fez o gramático científico provocar a mudança na linha gramatical editorial da TV Globo. A emissora tomou a decisão de contra-atacar o gramático científico (com violência simbólica sem limite ético jornalístico ou moral político) para poder retornar à política da guerra civil. Compulsão a repetição!

O gramático narrativo TV Globo é um gramático subcapitalista (ersatz de capitalismo tout court) e é um gramático articulado por grandes interesses econômicos. Na aparência da semblância, tal gramático é uma prática anarco-capitalista. De fato, o gramático televisivo é uma corporação econômica na vida da cultura de massa burocrática, com uma hierarquia intelectual rígida, militarizada burocraticamente.

Há uma gradação militar hierárquica na TV Globo temporal, pois, os jornais da manhã constituem o degrau mais inferior da vida corporativa de tal emissora. São o sargento do jornalismo. A Globo News é o braço armado, militarizado narrativamente do Grupo Globo, que incluiu um jornal carioca que domina a vida da imprensa do Rio.

Retomando. Na hierarquia da programação jornalística, o comitê central é o jornal das 22:00. Hoje, a sem sal e desprovida de alta cultura ocidental Natuza Nery é a âncora-general 5 estrelas do jornal das 22:00. Sua ascensão se deve a queda escandalosa e mal explicada de Wiliam Waack na TV Globo. Pode-se dizer que W.W era o gramático incontestável da TV Globo. O grupo de conjuntura da TV guardava Lo Prete e Natuza Nery como reservas de W.W. para uma situação de extrema emergência. A luta pelo poder gramatical interno na TV Globo derrubou W.W e deu a Natuza Nery o poder maior na Globo News.

Natuza é conhecida como uma das meninas do Jô. Trata-se do comediante e apresentador de programa de entrevista Jô Soares - que o Grupo Globo resolveu aposentar. Em uma outra época, o gramático científico mostrou que Jô (era todo poderoso na TV Globo) por causa de sua ligação com a CIA. Meninas do Jô é um sujeito gramatical que associa Natuza Nery à CIA? Natuza é conhecida por suas ligações perigosas com os políticos poderosos da classe política, especialmente, do PMDB de Brasília.

Se Natuza é da CIA, ela foi treinada a fazer jogo sujo na luta das narrativas, pois, a CIA especializa seus agentes na prática do jogo sujo, que Natuza aprimorou com sua ligação íntima com a escola sgramaticatura dos políticos mais perigosos de Brasília.

Hoje, Natuza Nery está à vontade como o gramático da Globo News. Para consolidar sua posição de poder na emissora, Natuza prometeu ao grupo executivo de conjuntura do Grupo Globo fazer um combate sem quartel (um combate pessoal) ao gramático das ciências gramaticais da política. Trata-se de uma luta séria entre inimigos em influência na cultura de massa televisiva ou da internet.

A luta principal da conjuntura gramatical atual é entre a TV Globo e as ciências gramaticais da política em torno do uso americano da guerra civil racial e/ou sexual. Tal fato apareceu no programa do jornalista Mario Sergio Conti que pediu que o entrevistado do PT comentasse sobre o lugar de fala mulher. O lugar de fala Mulher se tornou um fenômeno importante na era Lula, assim como o lugar de fala Negro. Hoje o gramático científico já demonstrou que tais lugares de fala são usados pela TV Globo para tentar importar a guerra civil racial americana e a guerra civil sexual.


A TV Globo tem como apoio logístico-militar a Fundação Ford que é um braço cultural-econômico da CIA e ligada ao Departamento de Estado dos EUA. A Fundação Ford investe um volume de dinheiro considerável em pesquisa que venham a fornecer fatos para a TV Globo de que há racismo do branco contra o preto, entre nós. A Fundação Ford fala abertamente em instalar, artificialmente no Brasil, a luta racial. Através da Fundação Ford, a CIA acaba fazendo parte do campo dos poderes gramaticais em luta, das narrativas gramaticais em luta. E o comitê central do gramático da rede gramatical sinistra TV Globo, Fundação Ford e CIA é o jornal das 22:00. Como general desse gramático sinistro temos a policial-corporativa menina do Jô Natuza Nery.                         

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

DITADURA MUNDIAL DA OLIGARQUIA FINANCEIRA


José Paulo

CAMINHOS DO BRASIL


No presente está a chave interpretativa do passado. Para tal coisa é necessário que a forma do presente esteja suficientemente desenvolvida como efeito das lutas de diversas espécies. No presente, a forma principal de luta sobredetermina a leitura do passado e do fantasma do futuro lacaniano.

Trata-se da luta da ditadura mundial da oligarquia financeira na política brasileira 2017-2018.

A nossa unidade nacional foi uma obra da monarquia liberal-absolutista de d. Pedro II e da monarquia constitucional parlamentar-liberal, com poder moderador, de d. Pedro II. A unidade nacional não faz pendant com a interiorização do desenvolvimento capitalista industrial do século XIX europeu. As lutas da unidade nacional não são lutas de classes; são lutas do poder monárquico centralizador contra os movimentos provinciais locais separatistas em todo o Brasil. No Sul, o separatismo descambou para a forma de luta republicana sem chegar a se constituir em uma revolução democrático-burguesa. A sociedade do Sul do país não se constituía como uma sociedade burguesa.

A tradição brasileira significa a falta de luta de classes como centro gramatical da revolução burguesa. A derrubada da sociedade escravagista e da monarquia é feita por lutas que, talvez, na aparência da semblância sejam luta de classe. Marxistas como Nelson Werneck Sodré interpretaram o Brasil como o conceito de luta de classe fazendo uma história da aparência da semblância da realidade dos fatos.

À luta de classes da modernidade corresponde a luta ideológica no domínio da cultura burguesa. Pode-se cavar o mais fundo no território da cultura, e não encontraremos a luta de classe na filosofia ou alta ideologia. O Brasil não tem filosofia nacional (alta ideologia burguesa nacional) até os dias atuais. Há uma produção escrita e professoral em filosofia que não se constituiu como uma alta ideologia nacional onde os homens realizam suas lutas até o fim. Nunca tivemos no Brasil luta de classes na teoria.

Entre nós, o marxismo se encaixa como um artefato simbólico substitutivo da filosofia burguesa nacional. Daí o caráter nacionalista do nosso marxismo e sua natureza revolucionária democrático-burguesa. O marxismo é a ideologia nacional da revolução democrático-burguesa. O leitor pode conferir minhas afirmações lendo o livro de Caio Prado Jr. A revolução brasileira.

No entanto, as lutas democrático-burguesa marxistas se transmutaram em lutas revolucionárias armadas contra o Estado militar-liberal 1964 e o Estado militar-fascista 1968. Trata-se de um esboço de luta de classe, entre nós. A Revolução cubana-castrista, a ideologia militar guevarista, a ideologia militar maoísta e outras passaram a guiar a esquerda constituída nas capitais do Sudeste por uma legião de universitários e estudantes pré-universitários rebeldes da era de aquários. O Estado-militar-fascista derrotou a esquerda e acumulou assim potência para permanecer de 1964 até o início da década de 1980.

As lutas que dissolveram o Estado militar-fascista podem ser consideradas como lutas de massas de uma revolução democrático-burguesa? No sentido da revolução democrático-burguesa do livro El asalto a la razon, a nossa revolução democrático-burguesa de massas se faz contra um Estado militar absolutista-fascista. É verdade que a classe média carioca e paulista foi a força dirigente de massas da revolução que destruiu o Estado absolutista 1968. Porém, o comando intelectual e moral da revolução se encontrava nas mãos de forças do compromisso do burguês urbano ilustrado (Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, FHC) com a oligarquia citadina (Sarney, Maluf) - que trai os generais fascistas.

A revolução democrático-burguesa de massas tomou um rumo especial com a morte de Tancredo Neves e o acontecimento (um golpe de Estado bonapartista-prussiano) que levou Sarney a se tornar presidente da República em 1985. O governo Sarney é o governo autocrático da via prussiana - revolução burguesa-oligárquica pelo alto do PMDB [Lukács: 41) – que desacelerou a revolução burguesa de massas, mas não pode evitar a Assembleia Constituinte e a Constituição 1988.

A Constituição 1988 é um efeito da combinação da revolução democrática burguesa de massas com a via prussiana. Então, temos uma Constituição analítica no lugar da tradicional americana Constituição sintética.

A Constituição 1988 é um discurso virtual como efeito das lutas de massas e dos interesses burgueses e oligárquicos. A tela gramatical da Constituição continha uma vontade de potência de sua atualização como revolução capitalista? constituintes como Delfim Neto representavam uma fração burguesa carioca-paulista que desejava a revolução capitalista liberal antes da via prussiana do neoliberalismo do globalismo da década de 1990.

Todavia, a força dirigente de massas da classe média teve como objetivo construir um Estado nacional de massas se ligando a tradição do getulismo da década de 1930. Trata-se de um Estado de direitos das massas. Marxista burguês da USP, Francisco Weffort criou um conceito de combate (no campo da luta ideológica) para esse Estado. Ele o designou como Estado corporativista de profissões da classe média. Weffort sempre pugnou abertamente a destruição do Estado supracitado.   A era Lula desterrou a sociologia burguesa neoliberal niilista uspiana de Weffort. Na era Lula, as massas multiculturalistas passaram a habitar o Estado constitucional 1988, imprimindo ao Estado de massas 1988-getulista uma legitimidade acima de qualquer suspeita.

Então, aconteceu, em 2004, Dilma Roussef!

Em 2004, Dilma Roussef foi reeleita como efeito, em parte, da revolução multiculturalista que tinha chegado a se constituir como cultura política de massa da sociedade do espetáculo carioca. Dilma derrotou na eleição o PSDB neoliberal bonapartista do mineiro Aécio Neves (sobrinho gramatical de Tancredo Neves). Ela o derrotou atacando, sem meias palavras, o programa e as ideias práticas neoliberais de Aécio. E quando acabou de assumir, de novo, a presidência, chamou um homem da banca internacional para dirigir a política pública econômica. Dilma mentiu para se eleger e traiu as massas sujeito gramatical grau zero neoliberal.  

O intelectual-banqueiro fez o governo de Dilma dar uma guinada, no território da ideologia econômica, de 180 graus: do desenvolvimentismo a Keynes (do marxista Guido Mantega) para o niilista neoliberalismo do globalismo da década de 1990. Uma nova etapa de lutas econômicas (no terreno ideológico e na prática política) se iniciaram com o governo Dilma neoliberal.

Trata-se de um período de grande confusão na ideologia e na política ampla, pois, o multiculturalismo passou a fazer pendant com o niilismo do neoliberalismo do globalismo provincianizado. A TV Globo é a cultura política de massa que se manifesta como uma instituição povoada de clamorosas contradições provindas da mistura de neoliberalismo com multiculturalismo. A propósito, pensando melhor, A TV Globo possuiu uma ideologia niilista que engloba o neoliberalismo (destruição do Estado nação das massas gramaticais 1988) e o multiculturalismo: uso do lugar de fala Mulher ou “Negro” para dissolver a ideia e o sentimento gilbertiano (Gilberto Freyre) de um povo nacionalmente mestiço.  

A política da TV Globo tem duas faces niilista (como Janus): a multiculturalista para o lugar de fala Mulher ou “Negro” e a neoliberal provincianamente do globalismo para a elite econômica paulista (e o capital de commodities do Centro-Oeste) e a classe política sediada em Brasília.
                                                                                    II

Em 2013, um movimento de massas heterogêneo socialmente tomou a rua no Rio, em São Paulo, e em inúmeras capitais do país. A TV Globo não deixou que tal movimento se desenvolvesse atacando-o como refém de vândalos. A TV Globo foi orientada pelo gramático ideológico do governo Dilma a combater a ferro e fogo as massas de uma revolução gramatical popular democrático-burguesa no século XXI. O gramático de Dilma se chama Sérgio Cabra, em 2013, governador do estado do Rio de Janeiro.

Sérgio Cabral foi um alvo tático das massas e muitas ideias reacionárias surgiram no cérebro aturdido de Sérgio para lutar contra as massas. O grupo gramatical palaciano do PT considerou que o desenvolvimento do movimento 2013 era uma revolução democrático-burguesa que assinalava o fim da era do bolivariano no Brasil. Para poupar o leitor de detalhes capazes de desviar sua atenção da linha principal gramatical do equilíbrio de forças, relembro a lei contra o terrorismo das massas feita por um conluio do governo Dilma com o governo do PMDB do RIO e o PMDB (e quase todos os partidos no Congresso nacional) que era – e ainda é - a força dirigente na Câmara e no Senado. O texto da lei teve o dedo sujo ideológico do PSDB.

A luta do compromisso de interesse autocrático da via prussiana do PMDB-Sarney voltou à ribalta como uma transação pelo alto com o PT de Dilma Rousseff e o Grupo Globo, da família carioca de Roberto Marinho. Pela primeira vez na era da Constituição 1988, a possibilidade de um regime autocrático fez sonhar, e delirar, o cérebro patológico (no terreno da ideologia política) de Dilma Rousseff (e Sérgio Cabral).

O sonho autocrático de Sérgio Cabral era um sonho de transformar o Rio no Brasil. Sérgio havia instalado no Rio uma organização criminosa sociológica (que o judiciário transformou em organização criminosa policial) fazendo a junção do lumpesinato criminal dos de cima com os de baixo. Cabral encontra-se encarcerado em uma prisão construído em seu próprio governo.

Neste interregno, Dilma foi deposta, assumindo a presidência seu vice Michel Temer.

Sérgio queria Brasília idêntica ao Kriminostat-Rio. Tal equilíbrio de forças abriu as comportas para os ataques ao Estado de direitos das massas agora sem a legitimação dada pelo multiculturalismo da cultura de massa da sociedade do espetáculo carioca. As lutas do lugar de fala Mulher ou “Negro” (lugar de fala preto) agora são lutas aliadas ao niilismo do neoliberalismo do provinciano globalismo da década de 1990.

O Brasil passou a fazer parte das lutas de classes do gramático Estado negro (AntiEstado) da ditadura mundial do capitalismo financeiro. O capital fictício mundial resolveu tomar as rédeas da política brasileira concorrendo na eleição presidencial 2018 com candidato próprio: o rico banqueiro internacional (ministro da economia do governo Michel Temer) Henrique Meirelles. Trata-se de um sujeito muito simpático, afável, civilizado. Mas a outra faze dele, sua política eleitoral, é uma luta capitalista niilista neoliberal do globalismo que tem como alvo o Estado nacional de massas.

Henrique Meirelles é a personificação vampiresca do niilismo local do burguês neoliberal do globalismo. Ele atraiu as instituições multilaterais (Banco Mundial) como aliadas de sua luta eleitoral e ideológica. Caro leitor, o nosso país encontra-se agora mergulhado no território das lutas da classe da oligarquia financeira mundial. No Brasil, como cabeça-de-ponte da ditadura mundial do capital financeiro temos a burguesia industrial paulista, a burguesia comercial do Rio (e das capitais mais importantes) e o poderoso, mas decadente, relutante, fraco dos ossos e músculos das pernas, capital de commodities.

Na tela gramatical política nacional, o governo Michel Temer é um simples efeito da ditadura mundial em tela. O PMDB é o partido dominante - na cena política – dessa famigerada ditadura mundial. Porém, a luta de tal ditadura mundial encontra uma pálida resistência na Câmara e, principalmente, no Senado, ambos entranhados em Brasília. 

Hoje, o país vive sob o signo das lutas de classes do gramático ditatorial mundial capital financeiro. O objetivo deste gramático negro é duplo: dissolução final da ideia e do sentimento de povo nacional brasileiro; destruição do Estado nacional de direitos das massas gramaticais da Constituição 1988.

A luta da ditadura mundial já deixa entrever a tática de destruição do resto de revolução democrático-burguesa na nossa política ampla. Trata-se de destruir a moral e a auto estima da poderosa classe simbólica pública que batalha nas lutas de governar o país. A ditadura ler as eleições 2018 mais como um entrave a seu domínio, no Brasil, do que como uma oportunidade real de tomar o poder do país com um golpe de sorte eleitoral.

Bolsonaro se oferece para ser o candidato vitorioso da ditadura mundial e como possível representante presidencial dela no Brasil. Lula entrou mudo e saiu calado. A política representativa é um domínio gramatical do imprevisível, mesmo se ela se encontra sob o tacão de poderosas linhas de força gramatical dos donos do poder mundial...

LUKÁCS, Georg. El asalto a la razon. Barcelona: Grijalbo, 1972

                                                                   ADENDO
       

A STÁSIS DA MULHER AMERICANA
A questão do assédio sexual na América (homem branco e mulher branca) caminha para se tornar uma espécie de stásis?
A rebelião das mulheres americanas contra o homem ariano, protestante, poderoso ou não no domínio do habitus sexual pode se transformar em uma guerra civil aberta e consistente primeiro no terreno da cultura depois no terreno da ordem jurídico-policial e finalmente na política como tal.
É possível importar este ACONTECIMENTO revolucionário e revolucionador da vida americana para outros continentes, povos e países?

a TV Globo luta, diariamente, para importar as americanas guerra civil racial (negros versus arianos) e a guerra civil sexual da mulher contra o homem.                                                    

                 

terça-feira, 21 de novembro de 2017

DA ESTÉTICA DO DESINTERESSE EM FREUD COM KANT


 José Paulo


A modernidade consiste no princípio de ligar o gosto e o prazer estético ao mundo-da-vida privado. Sempre foi quase impossível ligar a estética (força prática do gosto) à política. Considerando como verdadeiros tais dizeres, há um momento na história da estética no qual o gosto passa a funcionar como acontecimento que faz pendant com a política no domínio da cultura política das massas gramaticais. Para tal acontecimento foi necessário a criação de um simulacro de simulação de tela gramatical estética de massas.

Freud definiu o objeto belo de massas gramaticais como desvio sublimatório da realização da satisfação do desejo sexual. Tal sublimação nos remete a Goethe: A natureza é bela quando se parece com a arte; a arte é bela quando se parece com a natureza. A natureza é bela (instinto sexual) quando é sublimado e se parece com a arte. A arte é bela se é a aparência da semblância da natureza. Qualquer sociedade gramatical se reproduz pela sublimação dos instintos, pois, o instinto sexual de massas grau zero gramaticalizável dispõe em seu DNA a violência como desejo de morte ou instinto de morte dos outros e do Outro (campo simbólico do gramático).

No século XX surgiu a sociedade de massas (como efeito das lutas de classes) e a rebelião das massas niilistas. Na transdialética gramatical com o PODER capitalista, se tornava uma necessidade encontrar uma saída para o niilismo (destruição da alta cultura ocidental como fenômeno de articulação da hegemonia capitalista) das massas agramaticais, massas fora do domínio conceitual prático do entendimento.

Nos EUA, uma saída foi um ato de sociologia econômica: a sociedade de consumo da opulência. Trata-se da realização sublimatória da satisfação do desejo sexual via consumo extravagante de mercadorias sensíveis. Infelizmente tal solução não era universalizável para o estremo ocidente das Américas e para o terceiro mundo. Um outro caminho foi usar a sociedade consumo para ligar o prazer estético e o gosto ao transpolítico (política como simulacro de simulação), significante iluminado por Baudrillard. A abstração da sociedade de consumo do americanismo no transpolítico gerou um efeito formidável para a solução do niilismo de massa.

Me refiro a criação do simulacro de simulação da tela gramatical estética (e do gosto) de massas gramaticalizáveis na sociedade do espetáculo de Guy Debord. A sociedade do espetáculo é, em certo sentido, uma tela gramatical do gosto (e do prazer estético) de gramaticalização das massas. Qual a atividade principal de tal tela estética?

A música jovem britânica foi o sujeito gramatical a partir da qual, empiricamente, foi erguida a tela do gosto de gramaticalização das massas de jovens da rebelião niilista da América. A indústria da música popular (aí aparece claramente a distinção entre música clássica da elite e música popular das massas) não foi o centro tático da expansão da indústria cultural de Adorno? A indústria cultural de massas é o nome da sociedade do espetáculo para a tela estética da cultura política de massa.

Desde a antiguidade grega, há inúmeras teorias sobre a estética (e teorias estéticas). Para encurtar o meu caminho até a estética da cultura de massa, faço de Kant um autor das ciências gramaticais da política.   
                                                                          II  

A modernidade é uma plurivocidade de bela definição. Marx vê um ponto de inflexão nela com o afloramento do modo de produção especificamente capitalista. Trata-se da interpretação da história pelo método da crítica da economia política. Popper chama este método de economismo:
“L’importance de l’économisme au sens marxiste en générale est incontestable, mais on surestime aisément celle des conditions économiques dans chaque cas particulier. Ainsi, la théorie selon laquelle tout progrès est subordonné à l’amélioration des conditions économiques, et plus particulièrement des moyens e productions, découle d’une fausse interprétation de l’économisme”. (Popper. 1979: 74).   

O economicismo não deve ser levado demasiado a sério na definição da modernidade? O sujeito gramatical do economicismo é o interesse capitalista. Tal interesse articula a sociedade capitalista pelo interesse das classes sociais em luta. Este modo de interpretação dominou a cena da cultura política ocidental até o início da II Guerra Mundial. E continuou a ser usado pela sociologia política e ciência política universitárias que fundiu Marx com o utilitarismo de John Stuart Mill. A categoria de interesse de classe é crucial neste último cientista político para definir a política da modernidade:
“Se considerarmos uma classe, politicamente falando, como um número qualquer de pessoas com o mesmo interesse sinistro – ou seja, cujo interesse direto e aparente aponta para o mesmo tipo de medidas nocivas”. (Mill: 68).

A modernidade definida pelo interesse – no domínio do afeto e do animus, do sentimento - remete a Bentham:
“A natureza colocou o gênero humano sob o domínio de dois senhores soberanos: a dor e o prazer (...) O princípio da utilidade reconhece esta sujeição e a coloca como fundamento desse sistema, cujo o objetivo consiste em construir o edifício da felicidade através da razão e da lei. Os sistemas que tentam questionar este princípio são meras palavras e não uma atitude razoável, capricho e não razão, obscuridade e não luz. (Bentham: 9).

O interesse do sentimento utilitário é estabelecer o edifício da felicidade através da razão e da lei. Isto é a modernidade de Bentham. Para Marx, a racionalidade instrumental e a lei capitalista (gramático do interesse capitalista) definem a modernidade sem felicidade. Freud parte de Bentham para discutir o século XX após a I Guerra Mundial.

No livro O mal-estar na civilização, Freud retoma o utilitarismo de Bentham pelo princípio do prazer e pelo princípio da realidade (dor), força que se antagoniza ao princípio do prazer constituindo a realidade psíquica.

Em Freud, a modernidade tout court sofre spaltung (quebra do mundo europeu ocidental) com a I Guerra Mundial, que serviu aos interesses capitalistas. O instinto de morte arcaico invadiu o mundo moderno através da violência militar que ceifou a vida de milhões de jovens soldados e oficiais. O avesso dessa destruição se apresenta no após a I Guerra na cultura política das massas gramaticalizáveis. Trata-se de um agir na vida pelo sentimento de felicidade, que não fosse a felicidade pela violência física:
“O que chamamos de felicidade no sentido mais restrito provém da satisfação (de preferência, repentina) de necessidades representadas em alto grau, sendo, por sua natureza, possível apenas como uma manifestação episódica”. (Freud: 95).

A Europa (o mundo ocidental) busca uma outra via para a felicidade. A sublimação dos instintos na atividade estética é uma das vias. A arte é o ersatz (substituto) da felicidade como realização da satisfação dos instintos em um momento episódico. Trata-se da vida psíquica normal na relação utilitária prazer e desprazer? Freud diz:
“Além disso, nossa vida psíquica normal apresenta oscilações entre uma liberação de prazer relativamente fácil e outra comparativamente difícil, paralela à qual ocorre uma receptividade, diminuída ou aumentada, ao desprazer”. (Freud: 97).  

Com a estética caminho para a felicidade, Freud retoma o Kant do livro Crítica da faculdade do juízo. Ele troca a noção de interesse utilitarista (como articulação da sociedade moderna) pelo sujeito gramatical desinteresse estético (Bayer: 202). Além disso, o desinteresse como articulação da sociedade dos significantes da modernidade tardia sugere o fantasma do futuro lacaniano sociedade narcose como caminho para a felicidade não-utilitária do ponto-de-vista das massas deu usuários (Freud:100). No essencial, através de Kant o desinteresse estético é articulado como vontade de potência de produção e reprodução de uma sociedade de significante moderna tardia da felicidade.

O desinteresse estético faz pendant com o juízo do gosto em relação ao belo. O substrato do belo mantém relações mais estreitas com a liberdade do que com os fenômenos. O sentimento estético faz parelha com o sentimento moral. Eles se assemelham pelo seu desinteresse, a sua independência dos sentidos (do utilitarismo), a sua universalidade e a sua necessidade. O belo da estética do desinteresse fala de uma universalização do real das massas gramaticalizáveis como trans-sujeito: saber das massas gramaticais.

A estética do desinteresse das massas grau zero sgramaticatura pode sim articular a sociedade como tal, a cultura política de massa (como efeito estranho) e, inclusive, a política tout court. Quais acontecimentos são o signo dessa proposição?
                                                                                                  III

Kant é o gramático da estética do desinteresse. Freud é o gramático que liga a estética do desinteresse ao tema da felicidade de Bentham. Porém, como já assinalamos, trata-se de uma felicidade antiutilitarista.

Bayer escreve com categoria:
“ O terceiro momento é a finalidade, a relação. A beleza é a forma da finalidade dum objecto enquanto percebida sem a representação de um fim. É o formalismo e a aparência, o esquema, não o fim verdadeiro como na ação que parece ser ordenada para, em vista de qualquer coisa, e que, de facto, é ordenada sem mais: é a maravilha inútil”. (Bayer: 203).

O belo é a aparência da semblância da estética do desinteresse de um trans-sujeito (pois, nele a efetividade é inteiramente subjetiva) que articula a sociedade do mundo da vida e a política como tela gramatical. O belo é a atmosfera da tela gramatical, ou da sociedade do mundo-da-vida, ou da política. Como foi possível se chegar a tal acontecimento do maravilho inútil?
                                                                                       IV

A estética do desinteresse faz pendant com a moral gramatical das massas:
“Por outro lado, o númeno é inteiramente desconhecido; quando agimos moralmente não conhecemos o númeno, realizamo-lo. Quando a contemplação é desinteressada, ˂o nosso juízo vê-se ligado a qualquer coisa que se revela no próprio sujeito e fora dele, e que não é nem natureza, nem liberdade, mas que está ligado ao princípio da liberdade e no qual a faculdade teórica se confunde com a faculdade prática duma maneira desconhecida, mas semelhante em todos>. Há em Kant um substrato objectivo e nestes objetos uma encarnação particular do númeno como em Platão.
O substrato do belo mantém relações mais estreitas com a liberdade do que com o fenômeno. O sentimento estético aproxima-se do sentimento moral. Verificamos que se assemelham pelo seu desinteresse, a sua independência dos sentidos, a sua universalidade e a sua necessidade”. (Bayer: 201-202).

O substrato do belo fazendo pendant com a liberdade faz a junção do sentimento estético com o sentimento moral. Eis o epigrama kantiano da tela gramatical estética com Freud do trans-sujeito. Preciso fazer a ligação na tela gramatical estética da moral com a cultura de massa da sociedade do espetáculo. Na sociedade do espetáculo, o signo de articulação entre moral e estética é um efeito da propaganda americana da imagem da bela mulher como não-todo. Entramos no reino do simulacro de simulação Freud com Kant.

A mulher é o belo como força prática do gosto da cultura de massa fazendo pendant com a epopeia de Homero. A mulher é Helena, signo da mais bela mulher de todos os homens e de todas as mulheres. Trata-se de um signo estético das massas de consumidores da sociedade do espetáculo como efeito da história, no mundo-da-visa americana, do Café Society da secretária executiva da grande corporação, das modelos e atrizes. Estas são ersatz da Helena da poesia épica, fonte primeira da alta cultura ocidental. A propaganda americana trabalha com o sujeito gramatical Helena para articular a cultura de massa da sociedade do espetáculo. :

Só o objeto estético mulher é sedutor:
‘Le séductor n’est-il pas plutôt séduit, et l’initiative ne revient-elle pas secrètement à l’objet? Le séducteur croit l’envelopper de sa stratégie, mais il est pris au leurre de cette stratégie banale, et c’est l’objet qui l’enveloppe de sa stratégie fatale”. (Baidillard: 136). Chegamos à fêmea fatal Helena?
Baudrillar diz: L’object est réel, et le réel est soumis à des lois, um point c’est tout”. O objeto Helena é real e o real é submetido ao gramático da moral estética fatal no trans-sujeito gramatical. 

B. prossegue:
“Il n’y a peut-être qu’une stratégie fatale et une seule: la théorie. Et sans doute la seule différence entre une théorie banale et une théorie fatale, c’ést que dans l’une sujet se croit toujours plus malin que l’objet, alors que dans l’autre l’objet est toujours supposé plus malin, plus cynique, plus génial que le sujet, qu’il attend ironiquement au detour”. (Baudrillard: 201).

O objeto espera o sujeito na curva da cultura de massa da sociedade do espetáculo como princípio do mal. Eis a estética do desinteresse como simulacro de simulação. O objeto Helena é foracluído da política moderna, ele que é a causa da Guerra de Tróia. A resposta do real é a mulher como centro da cultura política de massa (lugar de fala), causa da transformação da cultura de massa em cultura política de massa. O multiculturalismo é o partido político da mulher para assaltar a política em sentido amplo. Aí se encontra a mulher não-todo como força prática moral-estética no sentido vulgar do simulacro de simulação.

O sentido vulgar da estética é as massas seduzidas pelo objeto como corpo sexual. É o prazer estético da bela Helena substituído (na percepção gramatical das massas) pela escopofilia. Trata-se do prazer sexual em ver os órgãos sexuais da mulher fazendo pendant com o sentimento de ser visto. Trata-se de um lado da pornografia cinematográfica e de outro da televisão 1984. Não se trata mais do belo como tal, e sim do simulacro de simulação do belo. A estética vulgar não vê a mulher como o belo com o tal, mas como carne sexual barata, extase de tédio sexual.
  
Na transpolítica, a mulher é o princípio do mal, o mal-estar da política, pois, trata-se do jogo fatal do poder fálico com o poder não-todo. Ainda não suprassumimos este jogo de estratégias fatais de uma era pós-modernista?
                                                                                                    V

Retomando o fio da miada, a modernidade é plurivocidade de definição. Baudelaire pontifica:
“Assim ele vai, procura. O quê? Certamente esse homem, tal como o descrevi, esse solitário dotado de uma imaginação ativa, sempre viajando através do grande deserto de homens, tem um objetivo mais elevado do que a de um simples flâneur, um objetivo mais geral, diverso do prazer efêmero da circunstância. Ele busca esse algo, ao qual se permitirá chamar de modernidade, pois não me ocorre palavra para exprimir a ideia em questão. Trata-se, para ele, de tira da moda o que esta pode conter de poético no histórico, de extrair o eterno do transitório”. (Baudelaire: 859). A modernidade é o trans-sujeito que o sujeito gramatical estética moral baudelairiana busca?

A modernidade baudelairiana é aquela busca de um mundo articulado pela estética do desinteresse no lugar de um mundo articulado pelo utilitarismo do interesse?

No após II Guerra Mundial, ergue-se uma classe simbólica voltada para a vida das profissões do mundo privado. Quem vai tomar o centro político dessa classe simbólica, senão a mulher! Não é possível pensar o progressivo domínio da mulher na política da cultura de massa da sociedade do espetáculo sem a classe simbólica. O desinteresse da tela gramatical da estética faz pendant com o interesse da classe simbólica em servir à política do não-todo. Na América, esta associação supracitada torna-se uma vontade de potência de fazer da mulher uma artífice da política dos homens. Na América Latina, mulheres chegam a ocupar o centro da política nacional. Uma moral estética de segunda mão surge do assalto do multiculturalismo à política estrito senso?

O multiculturalismo é, em última instância, o ódio da mulher à alta cultura ocidental; ódio a posição da mulher como Helena, signo primevo da poética da alta cultura ocidental como epopeia. A transdialética gramatical entre o todo fálico e o não-todo (em um sentido vulgar freudiano, transdialética entre phalus e vagina) é uma apimentada leitura lacaniana da história do presente. Não é um caminho para a felicidade, mas para o domínio da infelicidade generalizada e permanente.
Como caminho para a felicidade, a tela gramatical estética se realizou e se atualizou na cultura de massa como tela gramatical musical.
                                                                                 Breve esboço do caso brasileiro

O samba surge como estética moral das massas desinteressada de preto e mestiço. É a forma da estética do desinteresse na cultura popular das massas gramaticais grau zero de alfabetização. Trata-se de uma cultura oral e musical.

Na década de 1950, a classe média baiana e carioca inventa a Bossa Nova. Ainda tem um rabicho do desinteresse estético moral do samba, mas o destino é de se tornar, na América, em um efeito da indústria cultural. Depois temos ainda a música popular brasileira (MPB) e a Tropicália. O laço gramatical primitivo com a televisão se faz nos Festivais de Música televisivas. Nada disso resultou em uma tela gramatical musical.

A tela gramatical musical do simulacro de simulação surgiu com o desenvolvimento da cultura de massa televisiva da sociedade do espetáculo carioca. Uma televisão a cores foi essencial na criação da tela musical. A televisão a cores é um efeito do desenvolvimento das forças produtivas subcapitalistas durante a era do Estado milita fascista 1968.

A ideia de uma tela gramatical musical televisiva surge na administração de Roberto Marinho na TV Globo. Acostumado a empregar na sua imprensa comunistas e esquerda em geral na ditadura militar, R. M. atraiu para a TV Globo os menestréis da Bossa Nova e os revolucionários do Tropicalismo. Aí, a estética do desinteresse musical cedeu seu lugar, definitivamente, para uma tela gramatical musical ligada ao interesse do subcapitalismo. Neste sentido, a tela gramatical musical é onde habita uma estética vulgar no lugar da estética tout court.  Estética vulgar assentada no narcisismo do sujeito gramatical e dos efeitos da estratégia fatal do objeto ou obra musical.

O culto a celebridade e a sedução do objeto musical são o efeito dessa estética vulgar do simulacro de simulação. A junção desses significantes resulta na força estética vulgar que é essencial para a transformação da cultura de massa em um partido político da sociedade doespetáculo. O interesse utilitário desse partido político se estabelece no comando da cultura de massa. É a era da dissolução no ar de todo desinteresse, da estética do desinteresse da música popular.

A transdialética gramatical estética do interesse versus desinteresse, como já apontamos, é uma ideia de Kant. Para o leitor não ficar cético sobre este assunto faço citações de Kant:
“Chama-se interesse a complacência que ligamos à representação da existência de um objeto. Por isso, um tal interesse sempre envolve ao mesmo tempo referência à faculdade da apetição, quer como fundamento, de determinação, quer como vinculando-se necessariamente ao seu fundamento de determinação”. (Kant: 49).

A tolerância com o interesse ligado à representação da existência de um objeto faz pendant com a faculdade de apetição da razão prática. O belo não é, nem de longe ou de perto, um imperativo categórico. E Kant insiste:
“Agora, se a questão é se algo é belo, então não se quer saber se a nós ou a qualquer um importa ou se quer possa importar algo da existência da coisa, e sim como a ajuizamos na simples contemplação (intuição ou reflexão) ”. (Kant: 49). No lugar da razão prática temos o trans-sujeito gramatical do gosto.

Kant prossegue
“Cada um tem de reconhecer que aquele juízo sobre a beleza, ao qual se mescla o mínimo interesse, é muito faccioso e não é nenhum juízo-de-gosto puro. Não se tem que simpatizar minimamente com a existência da coisa, mas ser a esse respeito completamente indiferente para em matéria de gosto desempenhar o papel de juiz.
Mas não podemos elucidar melhor esta proposição, que é de importância primordial, do que se contrapomos à complacência pura e desinteressada no juízo de gosto, aquela que é ligada a interesse; principalmente se ao mesmo tempo podemos estar certos de que não há mais espécies de interesse do que as que precisamente agora devem ser nomeadas” (Kant: 50), como o agradável e a complacência no bom.

A complacência no agradável e no bom (algo útil que apraz somente como meio para a realização dos estados narcísicos dos músicos da cultura de massa da sociedade do espetáculo), que tem a TV Globo como palco principal. Assim, foi desenhado o destino da música entre nós. Toda a vontade de potência gramatical da estética libertária do desinteresse do samba foi dissipada como modo de vida estático moral das massas populares pelos senhores da Bossa Nova, MPB de Chico Buarque de Holanda e do Tropicalismo.

Assim, concluo que não há retorno ao jardim do Éden da cultura política popular musical desinteressada libertária como forma de articulação de uma sociedade de significantes fundada em uma estética moral das massas populares, pelo sujeito gramatical liberdade fazendo pendant com o belo, de um anarquismo espontaneista. 

A propósito, nos foi subtraído o passado como trans-sujeito de uma modernidade gramatical anarquista da estética do desinteresse das massas populares preta e mestiça.

BAUDRILLARD, Jean. Les stratégies fatales. Paris: Grasset & Fasquelle, 1983
BAUDELAIRE, Charles. Poesia e Prosa. Volume único. RJ: Editora Nova Aguilar, 1995
BAYER, Raymond. História da estética. Lisboa: Editorial Estampa, 1979
BENTHAM, Jeremy. Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. Pensadores. SP: Abril Cultural, 1974
FREUD, Sigmund. Obras Completas. v. XXI. O mal-estar na civilização. RJ: Imago, 1974
MILL, John Stuart. Considerações sobre o governo representativo. Brasília: UNB, 1981
KANT, Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. RJ: Forense Universitária, 1993
POPPER, Karl. La société ouverte et ses ennemis. Tome 2. Hegel et Marx. Paris: Seuil, 1979    

      





 
     

   
  
  


                                                                                            


                       
          
              
  
    
  


     

sábado, 18 de novembro de 2017

TV GLOBO: ver/ouvir/ler

José Paulo

Anatomia da cultura de massa

Há 5 anos resolvi estudar a sociedade do espetáculo de Gui Debord, entre nós. O fenômeno mais desenvolvido de tal sociedade era a TV Globo. DE 5 anos para cá, aprendi algumas coisas sobre a cultura de massa em geral e no Brasil.

Primeiro aprendi que a televisão globo se comporta como um fenômeno quântico. Ao ser observada, como uma partícula quântica, ela altera a posição dela no universo da cultura de massa e, também, altera seu comportamento tele eletrônico. Trata-se de uma instituição econômica da cultura altamente volátil, volúvel e plástica e que tende ao voleio.

Quando passei a publicar na internet minhas interpretações, análises e explicações sobre a vida tele eletrônica da TV em tela me tornei persona non grata dos jornalistas da Globo News, pois, meus estudos iluminavam a verdadeira prática do jornalismo, o modo real de agir dessa atividade na cultura de massa.

A TV Globo é o modelo de cultura de massa no Brasil. As outras emissoras de televisão não conseguem, ainda, imitá-la perfeitamente, pois, os segredos da gramática dela estão guardados a 7 chaves. As outras emissoras não sabem que sabem como agir como um partido político da cultura de massa.

A TV Globo é um partido político do campo da cultura. Há uma ligação visceral entre o partido político TV Globo e a política de Brasília, e política local. Recentemente, a TV Bandeirante faz experiências para quebrar o monopólio político na cultura de massa da TV Globo. A atuação do jornalista Ricardo Boechat tem coroado com um certo êxito o esforço da TV Bandeirante. A TV Cultura se encontra no abc da transformação de um canal de televisão em partido político cultural.
Todo partido político efetivo tem um GRAMÁTICO. O gramático faz a leitura da política como tal. FHC é o gramático oracular (quase aposentado) do PSDB.

Outra coisa é se o gramático se constitui em um grupo de (análise) de conjuntura, ou seja, em um GRUPO DE CONJUNTURA. O PMDB tem um grupo de conjuntura (Sarney, Romero Juca, Moreira Franco, Eliseu Padilha e Michel Temer) que é uma força prática intelectual com uma vontade de potência magnífica de organizar a prática política nacional (e local). Meu psicanalista menospreza o grupo de conjuntura como força prática intelectual de articulação da hegemonia/dominação na política brasileira. Infelizmente, ele conhece pouco as ciências gramaticais da política.

O Grupo de conjuntura é o organismo que secreta o pensamento político e as ideias práticas de um partido político, seja no campo da política como tal, seja no campo da política da cultura em geral e da cultura de massa, em especial. É relativamente fácil descobrir as pessoas que compõe o grupo de conjuntura de um partido político tout court, pois, para o bem ou para mal, trata-se de uma instituição do sistema representativo.

Nenhum observador sabe quem são as pessoas que compõem o grupo de conjuntura da TV Globo. Não se tratando de uma instituição representativa, ela vive do segredo que oculta sua vida prática. A TV Globo é um partido político da cultura antidemocrático. A Universidade pública é um partido político da cultura democrático. A diferença está na transparência dos efeitos que uma produz (universidade) e na falta de publicização do outro (televisão). Os clássicos da ciência política (tão subestimados atualmente) ensinaram que a democracia faz pendant com um espaço público procedural; com a produção de saber público e publicizável; com o saber cujo procedimento é o diálogo e a luta aberta no campo da cultura e da ciência. A Cultura de massa da televisão é o avesso do saber democrático; ela secreta um saber autocrático ipsis litteris!

A cultura de massa da TV Globo se constitui como um saber maquiavélico estratégico: simular, dissimular, manipular, mentir. Um exemplo? No programa Globo News em Pauta de Sérgio Aguiar, a veteraníssima jornalista da imprensa de São Paulo Eliane Catanhede se declara parda. Na certidão de nascimento dela está escrito branca. A cor da pele da jornalista é alva, de um ariano colonial da classe dominante. Ela tenta descaradamente manipular a percepção sensível do espectador que exerce a atividade do ver as imagens na tela eletrônica. É um claro exemplo de agir estratégico no partido político TV Globo. Como o leitor pode ler, não há um órgão que atue disciplinando a fala do jornalista; o jornalista da TV pode delirar (conscientemente) e nada acontece com ela; a TV Globo optou por um modelo anarco-subcapitalista de burocracia e, portanto, por um espontaneismo devastador (para a verdade da realidade dos fatos) na fala do jornalista.

Todavia, o jornalista tem que seguir as táticas pensadas pelo grupo de conjuntura para a intervenção na política como tal. Entramos em no período eleitoral 2018. A TV Globo quer fazer ou se aliar com o presidente eleito; assim, ela sai da toca de tatu e se revela para as ciências gramaticais da política.

A primeira estratégia eleitoral do grupo de conjuntura global deu com os burros n’água. Trata-se da candidatura do banqueiro Henrique Meirelles. Com a morte do padrinho real de William Wacck (professor da USP e um influente intelectual no jornalismo paulista), o grupo de conjuntura se aproveitou de uma expressão irônica usada por W. W. em privado (isto é coisa de preto), e gravada por dois integrantes do movimento “negro” da Globo em 2016, para derrubar o nosso W. W. de sua posição hegemônica no jornalismo do país. A tática visava linchar W.W. como racista (com a ajuda dos grupos multiculturalistas de esquerda das redes sociais). Por quê? Espontaneísmo como quer a Veja?  

De fato, trata-se de uma mudança na aliança com o candidato a presidente da República. O grupo de conjuntura (executivos para a revista Veja) resolveu pôr Lo Prete (jornalista da esquerda da cultura de massa) no lugar de W.W., identificado como uma pessoa com veleidades em direção à direita ilustrada paulista. No final, W.W. era apenas a pedra poética no caminho do grupo de conjuntura. Infelizmente, a principal revista do País, a Veja, publicou uma matéria ingênua sobre o episódio levando água para o moinho do grupo de conjuntura. A Veja desconhece o funcionamento real da cultura de massa carioca e nacional.

A TV Globo é um partido político cultural do domínio dos fenômenos autocráticos nacionais. Ele habita o campo da política do invisível como o Estado negro (AntiEstado) - KRIMINOSTAT-Rio. Como expressão da cultura gramatical da cidade carioca, o partido TV Globo não escapa de ser a expressão cultural de massa do Estado negro-Rio. Seu agir de se apresentar contra uma parte do Kriminostat [família Picciani] (e se aliar com o poder judicial que ataca o domínio absoluto do estado do Rio por tal família) é um agir estratégico (manipulação, mentira, simulação, dissimulação) para conquistar maquiavelicamente as massas gramaticais nacionais. A TV Globo pensa a política da cultura de massa cariocamente em um sentido nacional. A aliança do poder judicial federal (com sede no Rio) com a TV Globo não é um mau presságio?

Sobre o funcionamento real do objeto em tela, há papeis jornalísticos sociológicos gramaticais no lugar de jornalistas de carne e osso como nas outras emissoras. Exemplos? O Jornal das 18:00 tem como papel ser a consciência MMA da nação. Jornalismo de combate como consciência moral imaculada da cultura de massa nacional.

A TV Globo está sendo acusada pelo judiciário dos EUA de estar envolvida em corrupção. Poupo ao leitor dos detalhes do processo. A corrupção do Grupo Globo põe em cheque a estratégia de manipulação da nação, pois, desfaz a ideia de que a TV é uma instituição proba. Assim cai por terra toda a ideologia gramatical do grupo de conjuntura de apresentar a TV como consciência moral respeitável e digna de confiança para as massas grau zero sgrammaticatura. É possível que tal fato esteja relacionado à eleição de 2018? É bem provável.

A TV Globo é uma instituição gramatical subcapitalista com uma longa história de prática política cultural autoritária. Com o patriarca Roberto Marinho, serviu eficientemente ao Estado militar fascista 1968. Depois se aliou ao governo autocrático de Sarney e aos governos de FHC. Com Lula, ela deu uma guinada à esquerda fazendo parte do bloco de poder gramatical Dilma Rousseff.

As jovens jornalistas habitam o braço militar GloboNews fazendo um jornalismo com vontade de potência de ser o partido político da articulação da hegemonia/com dominação do pais em conluio com a classe política, que se tornou uma organização criminosa gramatical sociológica.

Ao subcapitalismo gramatical corresponde um Estado que é o Estado negro sgrammaticatura, AntiEstado, kriminostat. O Rio é a capital gramatical territorial de tal Estado fazendo pendant com Brasília. A TV Globo é a instituição que detém o monopólio da política partidária cultural na cidade carioca.

Também há muita ingenuidade e jornalistas ingênuos na cultura partidária de massa. Esta é causa das ciências gramaticais da política ser a força prática intelectual inimiga do partido político TV Globo. Revelar os segredos de uma instituição com tal poder político (e simbólico), transforma o sujeito ciências políticas gramaticais em uma pedra poética no caminho do todo poderoso Grupo Globo e família Marinho. Tais ciências exercem um poder gramatical de desarticulação do agir do jornalista como estratégico.

A análise do funcionamento real da TV Globo precisa ser realizada no calor dos acontecimentos. A conjuntura eleitoral 2019 abre as comportas para a observação do agir estratégico do objeto em tela.    

          
   
      
  
          

  

domingo, 12 de novembro de 2017

DO GRAMÁTICO DO CAPITALISMO

José Paulo

DA QUEDA DE WILLIAM WAACK

Na televisão e na internet, a cultura de massa faz uma leitura capitalista (economicismo para a linguagem universitária ou marxista) do mundo. A leitura capitalista não metaboliza os fenômenos da cultura geopolítica que reparte o mundo em uma variedade de espécies de sistema representativo e regimes despóticos.

SE desprendendo da leitura capitalista, um programa da TV Globo (Globo News Painel de William Waack) se tornou uma escola de explicação e interpretação da política brasileira e internacional, tratando com a diferença entre sistema representativo e regime despótico. William José Waack é um jornalista, professor e ex-handebolista brasileiro. Waack é formado em jornalismo pela Universidade de São Paulo e em ciência política, sociologia e comunicação na Universidade de Mainz em 1974, na Alemanha.

“A emissora GloboNews não exibirá o programa GloboNews painel, comandado por William Waack, neste sábado (11/11/2017). O cancelamento temporário é mais uma consequência do vazamento do vídeo em que o jornalista aparece fazendo um comentário racista durante a cobertura da eleição de Donald Trump, em 2016. Até o momento, a filial da Globo na TV paga ainda não decidiu se haverá substituição do apresentador ou cancelamento definitivo da atração”. Este trecho supracitado é obviamente um efeito do jornalismo marrom -  fazendo um ataque puxa-saco ou pago a William Waack. 

A acusação de racismo é um efeito autocrático tardio do multiculturalismo bolivariano, nas Redes Sociais autocráticas, ao qual está ligado uma boa parte das jovens jornalista (e também velhas e velhos raposas jornalísticas) da Globo, e que tem como representante o programa Globo News em Pauta, de Sérgio Aguiar, que manipula com desfaçatez e ódio as redes sociais do lugar de fala multiculturalista.

O Globo News Painel (GNP) atravessou todo o período de domínio do lugar de fala multiculturalista bolivariano sem se dobrar a tal cultura política de massa grau zero em termos de inteligência social e virtude política como exemplo para as massas de espectadores (Kant).

O GNP se transformou ao longo dos anos de diálogo e confronto com as massas simbólicas do espaço público procedural em uma real escola de educação gramatical (social, cultural e política) da sociedade letrada brasileira. Não se pode ter tudo, infelizmente!

W.W organizou a base do GNP com antigos intelectuais universitários como Bolivar Lamounier e Francisco Weffort, brilhantes juristas doutores universitários, ex-integrantes do STF, tarimbados analistas de consultorias nacionais e estrangeiras, jornalistas consagrados em política, jovens cientistas políticos capazes de transformar a linguagem universitária em algo palatável para a televisão etc. O GNP de W.W. tinha como público professores universitários e não-universitários, políticos (de Brasília, dos estados e municípios), toda uma massa simbólica voltada para a interpretação do nosso discurso do político.

É inegável a importância cultural gramatical do GNP de William Waack como intervenção interpretativa semanal na leitura que os políticos faziam de sua prática em Brasília.

A acusação de racismo a W.W. foi retirada de uma gravação espúria de 2016. Ela estava guardada como álibi para derrubar o extraordinário trabalho de   William Waack na corporação subcapitalista TV Globo. Está claro que a Globo News (sede do lugar de fala do multiculturalismo bolivariano) aproveitou a oportunidade para, ou acabar como GNP, ou transformá-lo em algo pueril (completamente desfigurado em sua essência) sem efeito de sentido de realidade gramatical sobre as massas simbólicas. Seria mais honroso, simplesmente, encerrar o GNP!  

A QUEDA de William Waack é o signo de uma transformação invisível para o público. Trata-se de um ponto de inflexão! A entrada em cena do discurso do ministro da justiça abriu as comportas para a sociedade dos espectadores tomar consciência do domínio do kriminostat no Rio –domínio da sociedade lumpesinal das ilegalidades dos de cima em junção com os de baixo, público e privado. Como a linha editorial de William Waack é antagônica em influência ao kriminostat, o garrote vil do grupo do Estado negro na TV Globo já estava apertando o pescoço frágil, pois, intelectual, desse grande intelectual da cultura gramatical política de massa.

A conjuntura política eleitoral de 2018 é aquela das grandes forças (política, cultural e econômica) que se conjugam e desejam o gramático do capitalismo como tal. Está claro que a TV Globo não é uma força da cultura de massa capitalista. Ela é uma força do gramático do subcapitalismo brasileiro, um capitalismo substituto do capitalismo tout court. Está ficando translúcido que o subcapitalismo em geral tem como Estado o kriminostat.

Desgraçadamente, William Waack estava em um lugar de fala antagônica em influência ao subcapitalismo e seu Estado kriminostat. A TV Globo e suas redes sociais autocráticas querem transformar a QUEDA de William Waack em um fato prosaico, ligando-o ao discurso racialista brasileiro. A TV Globo só encontrou um único meio de se livrar (MAQUIAVELICAMENTE) de William Waack. Racializando o discurso do político da televisão com a ajuda das redes sociais autocráticas lugar de fala multiculturalista tardiamente bolivariano.

Observem que todo programa da Globo News sobre Cuba (fonte gramatical do multiculturalismo do bolivariano) tem uma visão altamente positiva da Ilha. A TV Globo jamais trata da diferença entre o sistema representativo e o regime despótico caribenho fidelista. É como se vivêssemos em uma Ilha da fantasia tele eletrônica caribenha fidelista do lugar de fala despótico.

Há um programa de Jorge Mautner em Cuba (da era Dilma Rousseff) altamente elucidativo sobre o desejo despótico multiculturalista da jornalista da Globo News. Aproveitem para assistir tal programa em tela e se distrair um pouco com o Mautner despótico da revolução de Fidel Castro.